Celedonio Esteban Flores – Mano a mano (portugues)

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Naufragado na tristeza
Hoje vejo em desatino
Que tu foste em meu destino
Uma mulher e nada mais
Tua exotica beleza
Trouxe calor ao meu ninho
E me deste o seu carinho
Num amor doido incontido
Que jamais tinhas sentido
E nIo sentiras jamais
Foi num tempo sem grandeza
Quando tu, pobre e modesta,
Arrastavas na pobreza
Na existencia sem prazer
Hoje es toda uma bacana
Tua vida canta em festa
Com a bolsa dos otarios
Hoje bricas I vontade
Como gato sem piedade
Faz o rato padecer

Hoje tens os olhos cheios
De promessas enganosas
Das amigas mentirosas
Dos marchands da ambiIIo
Tens o sangue misturado
Com as farras e o pecado
E o afI de uma grandeza
Que faz bem e da tristeza
Tudo muito enraizado
No teu pobre coraIIo
Nada devo agradecer-te
Somos quites novamente
NIo me importa o que fizeste
Quem te achou ou te perdeu
Os favores recebidos
Ja paguei ao usurario
E se resta alguma conta
Que esqueceu minha alma tonta
PIe na conta deste otario
Que escolheste aborrecer

PeIo a Deus que teus triunfos,
VIos triunfos passageiros,
Sejam ases, sejam trunfos
O que mais te convier
Que o chefIo que te sustente
Tenha muitos companheiros
Te envolva num ambiente
De galantes lisonjeiros
E que os homens digam sempre
E uma boa mulher
E amanhI quando a mudanIa
Te deixar velha, alquebrada,
Guarda a ultima esperanIa
No teu pobre coraIIo
Se te faltar um auxilio
Lembra o nosso amor antigo
Podes chamar este amigo
Para que volte do exilio
Para ajudar-te e consolar-te
Ao chegar a ocasiIo

 

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